Filme produzido pelo cineasta Spike Lee traz entrevistas com pessoas envolvidas na produção do disco 'Bad', que completou 25 anos neste mês
Michael Jackson (Getty Images)
Entre as atrações imperdíveis do Festival do Rio, cuja abertura aconteceu na noite desta quinta-feira, está o documentário Bad 25. Produzido pelo diretor Spike Lee, o filme conta a história da gravação do disco Bad, que completou 25 anos de seu lançamento neste mês, e não será exibido no circuito comercial -- será lançado diretamente em DVD apenas em fevereiro do ano que vem. Portanto, assisti-lo no evento é oportunidade única.
Michael Jackson (Getty Images)
Entre as atrações imperdíveis do Festival do Rio, cuja abertura aconteceu na noite desta quinta-feira, está o documentário Bad 25. Produzido pelo diretor Spike Lee, o filme conta a história da gravação do disco Bad, que completou 25 anos de seu lançamento neste mês, e não será exibido no circuito comercial -- será lançado diretamente em DVD apenas em fevereiro do ano que vem. Portanto, assisti-lo no evento é oportunidade única.
Não vá esperando que o documentário revele segredos de Jackson, afinal, foi produzido a pedido da gravadora do artista, a Sony. No entanto, recupera bem algumas histórias curiosas da produção do disco que teve como missão suceder Thriller (1982), o álbum com maior número de cópias vendidas até hoje (entre 65 e 110 milhões). Na época, Jackson tinha planos tão ambiciosos para Bad, que esperava que o disco vendesse mais de 100 milhões de cópias -- acabou vendendo 30 mihões, mas emplacou uma série de hits consecutivos nas paradas mundiais: Man in the Mirror, Dirty Diana, Bad, The Way You Make Me Feel e I Just Can't Stop Loving You.
Brasil - Cineasta por trás dos filmes Malcolm X (1992) e O Plano Perfeito (2006), Lee dirigiu o clipe da música They Don't Care About Us, gravado em 1996 em duas locações brasileiras -- na favela do Morro Dona Marta, no Rio, e no Pelourinho, em Salvador, com o grupo musical Olodum. Nascido apenas um ano antes do cantor, o diretor era fã do músico. "Eu cresci assistindo Jackson na TV. Queria ser ele", disse Lee durante entrevista coletiva no Festival de Cinema de Veneza, no mês passado. "Esse documentário é minha carta de amor para Michael Jackson", afirmou, na ocasião.
Para filmar o documentário, Lee entrevistou várias pessoas que participaram das gravações tanto do disco como dos clipes -- ou, como Jackson gostava de chamar, curtas-metragens. É entre os últimos que está o diretor Martin Scorsese, que dirigiu o clipe da música Bad. Em uma das entrevistas mais divertidas do filme, o cineasta -- que faz uma "ponta" no vídeo -- revela que foi contratado pela gravadora para transformar Jackson em "mau". No entanto, essa se mostrou uma tarefa bem mais complicada do que ele havia imaginado. A certa altura do documentário, Scorsese conta que Jackson ficou se sentindo mal após machucar um figurante durante uma das cenas gravadas para o clipe. "Não me obrigue a fazer isso de novo", teria implorado o astro pop.
Obsessão - São entrevistados ainda músicos que fizeram participações nas músicas do disco, como a cantora Siedah Garrett, que divide os vocais com Jackson em I Just Can't Stop Loving You, e o guitarrista Steve Stevens, que tocou com o músico em Dirty Diana. Tudo para contar ao espectador sobre os métodos criativos bastante curiosos de Jackson. Isso mesmo, porque não era só na vida pessoal que Jackson tinha hábitos peculiares -- que o fizeram ganhar o apelido "Wacko Jacko" (algo como "Jackson Doidão"). Conforme contam no documentário os que trabalharam com o cantor, ele tinha um comportamento obsessivo com suas criações, e não sossegava até que tudo -- música, vídeo e coreografia -- estivesse como ele queria.
Lee também contextualiza a importância de Jackson para a música feita atualmente. Para isso, conta com depoimentos de artistas como os rappers Chris Brown e Kanye West e até o cantor teen Justin Bieber. Só ficou faltando o produtor Quincy Jones, responsável tanto por Thrillercomo por Bad, que, segundo o produtor John Branca, não participou porque "tem uma agenda complicada."
O documentário se mantém longe de polêmicas. No máximo, toca no assunto da rivalidade entre Jackson e Prince, no fim dos anos 1980. Mesmo assim, assistir Bad 25 é uma chance de conhecer não o "Jackson Doidão" que vivia no noticiário por causa de suas bizarrices, mas a mente criativa de um dos maiores gênios da música do último século, e -- por que não? -- de relembrar suas ótimas músicas.
Horários de exibição: Sexta-feira, dia 28/09, às 23h59, no Odeon Petrobras; Segunda-feira, dia 1º/10, às 21h, no Cinépolis Lagoon 5; Quinta-feira, dia 4/10, às 16h30 e às 21h30, no São Luiz 3; e Quarta-feira, dia 10/10, às 19h15, no Estação Sesc Botafogo 1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário