sábado, 19 de novembro de 2011

Os segredos de Paul McCartney - Nova biografia afirma que o ex-beatle agredia a mulher, jamais deixou de usar drogas e tinha raiva de Michael Jackson


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O repórter Marcos Diego Nogueira fala sobre a recém-lançada biografia de um dos maiores ídolos da música britânica


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Ser um dos criadores da maior banda de rock da história não é garantia de sair ileso diante das peças pregadas pela vida. Chega-se a essa conclusão logo nas primeiras páginas do livro “FAB – A Intimidade de Paul McCartney” (BestSeller), biografia do ex-beatle escrita pelo inglês Howard Sounes, já famoso pela bem-sucedida obra “Dylan: A Biografia”. O autor não se prende apenas à década de 1960, quando os Beatles reinaram. Pelo contrário, avança pelos anos posteriores da carreira de Macca na banda The Wings, trata da morte de John Lennon e do falecimento de sua mulher e fiel escudeira Linda McCartney e culmina com detalhes do conturbado divórcio com a sua segunda esposa, a ex-modelo Heather Mills em 2008 – entre farpas e discussões públicas acabou custando 55 milhões de libras a menos em sua fortuna estimada em 384 milhões de libras.
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"Me propus a escrever a vida de McCartney
de modo mais detalhado e abrangente.
Não tive a intenção de criticá-lo nem de
glorificar excessivamente a sua carreira"


Howard Sounes, escritor

De posse dos documentos do processo de separação, incluindo alegações sobre o temperamento violento e agressivo de McCartney, que agredia a mulher, Sounes aponta detalhes que desafinam o retrato de bom-moço exibido por ele. O uso de álcool e drogas é constantemente citado e o autor detém-se sobre uma certa noite em 2002, quando “Sir Paul supostamente estava bêbado e empurrou a esposa em cima de uma mesa de centro acabando por feri-la com uma taça quebrada”. Está no processo: “Ele se comportara de modo vingativo e punitivo com a esposa e quebrou as promessas feitas à ré quando ela aceitou se casar com o requerente, continuando a consumir drogas ilegais e álcool em excesso ao longo do casamento.” O uso de maconha é apontado como responsável por algumas prisões sofridas pelo ex-beatle. “Ele é um ávido adepto da erva desde que conhecera Bob Dylan em 1964”, escreve Sounes ao narrar o episódio em que McCartney e sua esposa Linda foram flagrados na Suécia com cerca de 150 gramas de maconha. O casal enviava pelos correios a droga para si próprio. A maconha chegava a diversos países exatamente nos dias em que faziam shows. Após o pagamento de uma multa de mil libras, levaram um “sermão” do sargento: “Digam aos seus amigos roqueiros que não tragam maconha para a Suécia.”
Os contratempos não se resumiram a esposas e drogas. Entre a análise de um disco e outro, o livro mostra como o início da década de 1980 foi turbulento para o ex-baixista dos Beatles.

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RIVALIDADE
McCartney se irritava porque Lennon (acima, à esq.) era tido como mais criativo.
E tinha raiva de Michael Jackson que, contra a sua vontade, comprou seus direitos autorais

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O aparente descaso diante da morte de Lennon fez com que ele fosse associado à parte burocrática do quarteto de Liverpool – aos olhos dos fãs, Lennon responderia pelo lado mais criativo, fato que irritava ao extremo McCartney. Foi nessa época também que ele e Michael Jackson partiram para a rivalidade. O conflito não teve nada a ver com a recusa de Jacko em cavalgar na casa de Macca em Sussex, no interior da Inglaterra. Ele respondera ao convite com a frase “não tenho permissão para me sujar”. A briga foi devida à aquisição dos direitos musicais dos Beatles. “‘Vou comprar suas canções um dia’, disse Michael, de modo atrevido. ‘Ótimo. Boa piada’, respondeu Paul.” Meses depois, ao gravarem juntos “The Girl is Mine” e “Say, Say, Say”, Jackson usou o dinheiro das milionárias vendas de seu disco “Thriller” para tomar posse dos direitos de autoria. Era mais um tropeço na vida do homem mais celebrado da música pop e bem menos santo do que sempre posou.

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BRIGAS
A ex-modelo Heather, segunda mulher de McCartney,
o acusava de não seguir a promessa de abandonar as drogas

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