Promotoria e defesa apresentam argumentos finais no julgamento. Para acusação, Murray foi negligente; defesa diz que médico não cometeu crime.
Conrad Murray no julgamento em 03/10/2011
(Foto: Reuters)
(Foto: Reuters)
Após 49 testemunhas, a promotoria e a defesa apresentaram os argumentos
finais no julgamento de Conrad Murray por homicídio culposo na morte de Michael
Jackson em um tribunal de Los Angeles, nesta quinta, 3, com a presença de Joe,
Katherine, La Toya e Randy Jackson, pais e irmãos do popstar morto de 25 de
junho de 2009. Para a acusação, o médico foi negligente no tratamento. Já a
defesa argumentou que as atitudes de Conrad não configuraram um crime e pediu
para o júri não tratar o caso como um reality show.
Paul Walgren, o principal promotor do caso, abriu o dia falando que Murray
violou "todos os dias a sagrada confiança" entre médico e paciente enquanto
cuidou do popstar. Primeiro por usar o propofol em um ambiente doméstico, sem o
aparato hospitalar necessário para o uso de um anestésico, conforme testemunhado
por diversas técnicos e profissionais da medicina. Depois, por não prestar o
socorro apropriado e, segundo depoimentos, até mentir sobre os remédios que
Michael havia tomado no dia de sua morte.
A acusação lembrou que Murray não ligou para o telefone da emergência - 911 -
assim que a situação de Michael ficou crítica na manhã de 25 de junho 2009. Para
Walgren, ele queria tempo para esconder os frascos de propofol que estavam no
quarto de Michael.
Conrad olha o promotor Walgren falando
(Foto: Reuters)
(Foto: Reuters)
Walgren concluiu dizendo que Murray mentiu e enganou Michael Jackson, de quem
deveria estar cuidando. "A justiça pede um veredito de culpado", concluiu o
promotor.
Ed Chernoff, principal advogado de defesa de Conrad Murray, rebateu admitindo
que o médico cometeu erros, mas que não cometeu nenhum crime. "Eles não
conseguem provar um crime", disse o advogado.
A defesa tentou mostrar que nenhuma evidência do abuso de propofol foi
mostrada. Não foi encontrado o anestésico na bolsa para medicamento intravenoso
que estava no quarto de Michael. Para ele, Murray não ligou para o 911 porque
estava ocupado tentando salvar a vida de Michael.
Para Chernoff, Michael não morreu apenas pelo propofol, mas por ter tomado
Lorazepan - um tranquilizante - sem o consentimento do médico. No final, o
advogado pediu que o júri não condenasse Murray apenas por Michael ser um
popstar, afinal "isto não é um reality show".
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