sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Médico de Michael Jackson chora em tribunal


Primeiro foi o queixo que lhe tremeu, depois vieram as lágrimas. Conrad Murray não se conteve quando o seu advogado falou sobre a amizade que o unia a Michael Jackson e chorou no julgamento em que está acusado de homicídio por negligência do cantor, falecido a 25 de Julho de 2009, de overdose.

Mas Conrad Murray tem mais razões para chorar: a testemunha chave da acusação - o farmacêutico Tim Lopez, que diz ter vendido 15 litros de propofol ao médico nos três meses que antecederam a morte do artista - regressou da Tailândia e vai depor, em sessão ainda não anunciada.
Entretanto, a família Jackson, não recuperada do choque de ter visto o cadáver do seu familiar na maca - imagem que correu o Mundo e indignou muitos fãs - ouviu, em tribunal, uma gravação feita por Conrad Murray no seu iPhone, seis semanas antes da morte de Michael Jackson. No telefonema mal se percebe o que o cantor diz, de tal forma a sua voz está fraca e arrastada. Jermaine Jackson apressou-se a vir a público comentar.
"A voz não demonstra que o meu irmão era drogado - como já li algures", diz. "Prova apenas que, naquele dia, estava sob a influência de alguma substância que não conhecemos e que o médico devia tê-lo ajudado".
Mas a defesa, que nas suas primeiras alegações quis também tocar no coração dos jurados e sublinhou o facto de Conrad Murray e Michael Jackson terem sido amigos entre 2006 e 2008 - antes do cardiologista ter sido convidado para ser o seu médico pessoal na tournée ‘This Is It' - pretendeu sugerir isso mesmo.
Que Michael Jackson já não conseguia dormir sem o auxílio de drogas. "Conrad Murray é um homem imperfeito. Concedo. Mas não é culpado. Michael Jackson automedicou-se, ingeriu oito comprimidos [de lorazepan] e depois tomou uma dose de propofol que criou uma tempestade perfeita no seu corpo. Morreu logo. Não havia como salvá-lo", disse Ed Chernoff.
Numa sessão marcada pelo nervosismo - até o advogado de defesa, num texto projectado em tribunal, escreveu mal o nome ‘Michael' - foram ouvidas várias testemunhas, entre as quais Kenny Ortega, colaborador regular do cantor, e Michael Williams, seu assistente pessoal. Ortega confessou que, nos últimos tempos, Jackson lhe parecia "uma criança perdida" mas que, quando interpelou o médico, este lhe respondeu: "Deixe de se armar em médico ou psicólogo amador. Ele está em perfeitas condições físicas e mentais para assumir as suas responsabilidades."
O julgamento terminará a 28 de Outubro e se for condenado Murray incorre numa pena de quatro anos e perderá a sua licença como médico.

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