Dr. Paul White, especialista em Propofol, recebeu US$ 11 para depor a favor
de Dr. Conrad Murray
Dr. Paul White, anestesista especialista em Propofol, disse nesta
segunda-feira (31) que recebeu US$ 11 mil (cerca de R$ 19 mil) para depor a
favor de Dr. Conrad Murray, médico de Michael Jackson. O especialista também
contou que o promotor David Walgren o procurou para ser testemunha de acusação,
mas ele já estava comprometido com os advogados de defesa.
O depoimento repleto de irritabilidade por parte da promotoria e contradições
por parte da testemunha de defesa marcou a manhã desta segunda-feira - tarde no
Brasil - no julgamento de Murray.
Em seu terceiro dia no tribunal, White voltou a cravar sua crença de que o
cantor teria sido o responsável pela própria morte, apesar de diversos artigos e
publicações suas dizerem justamente o contrário.
O maior exemplo disso é um capítulo escrito por ele no livro do colega Steven
Schafer, no qual recomenda uma série de cuidados para a aplicação de sedativos
em pacientes. Entre as exigências básicas, está a anestesia monitorada - "a
forma mais pura" desse tipo de procedimento, segundo o texto -, que inclui
equipamentos propícios para a ressuscitação do paciente em caso de parada
cardíaca, higienização total do ambiente e auxílio de uma equipe formada por
profissionais anestesistas especializados. Ou seja, tudo aquilo que Conrad
Murray não fazia.
"De acordo com o seu artigo, não seria incorreto aplicar o Propofol em um
quarto particular de residência?", indagou um dos representantes da promotoria
sobre o fato de o anestésico ter sido dado ao cantor diariamente, durante dois
meses, em sua própria casa, em Los Angeles. "Mas o texto fala especificamente
sobre a aplicação de anestesia em cirurgias, não como sedativo regular",
retrucou White.
A acusação, então, insistiu, como fez durante todo o depoimento, questionando
se o médico aplicaria o anestésico sem cumprir ao menos o mínimo desses
cuidados. "Definitivamente, não aplicaria", respondeu, enfático, White,
contrariando o que a defesa dele esperava.
O promotor foi mais longe e perguntou se White aceitaria ser o médico
particular de Jackson, como foi Conrad Murray por tanto tempo. Mais uma vez, a
testemunha foi direta, rechaçando completamente a possibilidade de fazer algo do
tipo, não só pela exigência de tempo e responsabilidade que o cargo lhe
exigiria, como pela falta de recursos materiais disponíveis na residência do
paciente para tanto.
Firmeza no discurso
Mesmo demonstrando opiniões profissionais bastante contrárias às de Murray, White manteve firme sua crença de que o acusado não teria tido culpa na morte de Jackson. Sem citar o procedimento do médico no tratamento do cantor, a testemunha defendeu a tese de que o astro pop teria se auto-medicado com o Propofol.
Mesmo demonstrando opiniões profissionais bastante contrárias às de Murray, White manteve firme sua crença de que o acusado não teria tido culpa na morte de Jackson. Sem citar o procedimento do médico no tratamento do cantor, a testemunha defendeu a tese de que o astro pop teria se auto-medicado com o Propofol.
"Não acho que o senhor Jackson quisesse se machucar ou qualquer coisa do
tipo. Para mim, o Dr. Murray colocou a dosagem numa seringa, a deixou no quarto
e foi telefonar. Ele (o cantor), no desejo de cessar sua dor e desconhecendo os
perigos que o intervalo entre uma aplicação e outra poderiam lhe causar, acabou
se auto-medicando", teorizou o anestesista, que também comentou não ter problema
deixar o quarto do paciente por 15 a 30 minutos depois de medicá-lo com a droga.
O discurso apresentado por White foi exatamente o mesmo daquele contido na
carta que entregou meses antes do julgamento aos advogados de ambos os lados, na
qual defendia a tese de culpabilidade do cantor em sua morte. Para ele, a teoria
de que Murray teria aplicado uma dose fatal em Jackson não faz sentido, pois o
médico só o faria se realmente quisesse fazer um mal ao cantor, "o que não teria
sentido".
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