A mãe de Michael Jackson desabou em lágrimas quando lhe foi dito que seu filho morrera, e a filha do cantor, Paris, falou que não queria ser órfã, ouviu um tribunal de Los Angeles nesta terça-feira.
Katherine e Joe, pais de Michael Jackson (Foto:
AP)
Katherine Jackson voltou a chorar no tribunal quando o julgamento por
homicídio culposo do médico de Jackson, doutor Conrad Murray, entrou em sua
terceira semana.
Os jurados ouviram Murray contar à polícia, em interrogatório gravado, sobre
as horas dramáticas passadas no hospital em 25 de junho de 2009, quando Michael
Jackson foi oficialmente pronunciado morto.
Murray, que se declarou inocente de homicídio culposo (não intencional) no
caso da morte de Jackson, disse que naquele dia foi, juntamente com um médico da
sala de emergência, contar a Katherine Jackson que seu filho morrera. "Ela
desabou e começou a chorar. Ficamos lá, seguramos a mão dela", disse Murray à
polícia no interrogatório, gravado dois dias após a morte repentina de Jackson
aos 50 anos de idade.
Rebbie, uma irmã de Jackson, abraçou sua mãe enquanto Murray dizia na fita
que recomendara que fosse feita uma autópsia do corpo de Jackson para determinar
a causa da morte. As autoridades determinaram mais tarde que Jackson morreu de
uma overdose do poderoso anestésico propofol, em conjunto com sedativos.
Murray admitiu à polícia que deu propofol a Jackson para ajudá-lo a dormir,
mas seus advogados alegam que Jackson tomou por conta própria uma dose extra de
propofol que provocou sua morte. O médico disse à polícia que entrou em uma sala
do hospital com o empresário de Jackson, seu assistente pessoal e uma assistente
social e encontrou os três filhos do cantor comendo alguma coisa.
O médico disse que não lembrava exatamente quem informou as crianças da morte
do pai delas, mas que elas começaram a chorar. Ele lembrou que Paris Jackson,
então com 11 anos, disse "que não queria ser órfã". Se for condenado, o médico
pode ser sentenciado a até quatro anos de prisão.
Em outro depoimento nesta terça-feira, o detetive da polícia de Los Angeles
Scott Smith admitiu, ao ser inquirido pela defesa, que suas anotações indicavam
que um frasco do sedativo lorazepam foi encontrado em uma bolsa de soro dentro
de um guarda-roupa na mansão de Jackson.
Um investigador do instituto médico legal havia testemunhado anteriormente
que era um frasco de propofol que tinha sido encontrado dentro da bolsa de soro.
Os promotores dizem que as provas apresentadas no julgamento vão mostrar que,
depois de injetar propofol em Jackson, Murray lhe administrou soro com
propofol.
Mas os advogados da defesa argumentam que Murray deu a Jackson apenas 25
miligramas de propofol, uma dose relativamente pequena, e não lhe administrou a
droga com soro depois disso.
globo/g1
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